Há clubes no futebol brasileiro que precisam de gerentes de futebol, daqueles profissionais que ainda não acharam seu espaço, mas que são capazes de segurar legal a bronca nos momentos mais difíceis da temporada. Esses ‘managar’ protegem os técnicos. O São Paulo tem Muricy Ramalho e agora o Grêmio contratou Felipão. No Morumbi, Zubeldía continua sendo o mais cobrado pelas derrapadas e derrotas da equipe, mas ele tem o respaldo de Muricy com toda a sua experiência e costas largas. São escudos para as cusparadas da torcida.
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Felipão vai fazer o mesmo com Mano Menezes, já pressionado em Porto Alegre. São profissionais, acima de tudo, identificados com as cores dos seus respectivos clubes. Penso que o Santos precisa ter um desses para apoiar Cleber Xavier, um treinador recém-lançado em carreira solo, portanto, sem identificação com nenhuma bandeira. Alguém de peso. César Sampaio tem outra função. Não é ele. Fabinho Soldado faz essa função no Corinthians: não é um CEO nem um treinador.

O gerente está entre o treinador e o CEO. Trabalha no chão da fábrica, mas também toma alguns cafezinhos com os diretores. Faz uma função já muito comentada no nosso futebol, a de para-raios para treinadores e presidentes, quase sempre cobrados pelos fracassos em campo. Não é o gerente que contrata atletas, mas ele pode opinar. Deve opinar, inclusive, pela sua experiência. Ele tem informação do vestiário e pode ajudar a apagar incêndios. Também tem a função de se aproximar das bases.
Sem dúvida, é mais uma boca para comer no clube. Um gerente não custa caro, mas seus vencimentos podem estar atrelados às conquistas e metas no ano. Mas tem de ser um cara sem vaidade, a ponto de não colocar mais pressão em cima do treinador da vez. E deve ser membro de uma comissão fixa do clube e não vinculado à comissão técnica.
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Penso até que os clubes precisam ter uma espécie de embaixador das torcidas para sentir o calor das numeradas durante momentos mais críticos do time. Não é segredo para ninguém que a relação dos dirigentes com os torcedores é péssima e isso precisa melhorar. O caso do Santos é muito emblemático. Cleber parece promissor, mas pode ficar pelo caminho em meio às confusões na Vila Belmiro e a necessidade de ganhar.