Quando o zagueiro, agora improvisado de lateral-direito, Félix Torres é o melhor jogador em campo, certamente alguma coisa está errada. De fato. Se a vitória do Corinthians por 1 a 0 na noite desta quarta-feira diante do Novorizontino garante a passagem do clube para a próxima fase da Copa do Brasil, ela também esconde os inúmeros defeitos do time.
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O resultado serve para o momento, mas não dá a impressão de que a equipe está em evolução sob o comando de Dorival Júnior, cuja contratação era a esperança de uma sensível melhora em relação ao trabalho que vinha sendo desenvolvido pela família Díaz.

O resultado só foi construído graças exclusivamente a um lance individual do goleador Yuri Alberto, que passou o jogo todo isolado no ataque sem receber uma única bola em condição de chutar ao gol.
Golaço de Yuri de novo
Já nos acréscimos, com o time sendo pressionado pelo Novorizontino, Torres roubou uma bola na defesa, armou um contra-ataque até os pés do artilheiro dentro da área. Com muita habilidade e precisão, Yuri deu um corte no zagueiro, que passou lotado, e chutou cruzado de perna esquerda, rasteiro, no canto do goleiro adversário. Um golaço, que premia a boa fase do atacante e ajuda a apagar a má partida do Corinthians.
Muito dessa deficiência se deve à escalação que Dorival botou em campo outra vez, repetindo o plano do clássico com o Santos. Com uma diferença: Romero no lugar de Carrillo. De resto foi aquela coisa meio amorfa, estranha, de uma linha de três zagueiros e três volantes que não sabem sair para o jogo.
Maycon, Ranielle e Bidon definitivamente não têm características de armação e passam a maior parte do tempo tocando a bola de lado. Ou para trás. É inacreditável o número de vezes em que a bola passa pelos pés dos zagueiros Torres, Cacá e André Ramalho. Em muitas das vezes é com eles que o time tenta iniciar a fase de ataque, com a bola simplesmente não passando pelo meio campo.

Uma anomalia que explica a falta de oportunidades de ataque que o time tem apresentado e que ressalta a importância de Memphis e Garro para a equipe. Sem eles, Yuri Alberto joga isolado, de costas, sem oportunidades de chegar na área em condições de arremate.
Corinthians está nas oitavas
Por sorte, o Corinthians não precisava vencer para passar à próxima fase. O empate já servia. E durante muito tempo era nítida a preocupação de segurar o 0 a 0 a qualquer custo. Sem correr riscos. E assim o jogo caminhava para seu final até que surgiu a chance no pé do iluminado centroavante.
Até estava comentando com os jogadores do Novorizontino que estava um jogo chato, típico jogo de uma bola. Graças a Deus ela caiu no meu pé naquele momento.
yURI ALBERTO
Dorival Júnior está completando apenas três semanas de trabalho e não pode ser crucificado pelo futebol abaixo da crítica exibido pelo Timão. Até porque a equipe já demonstrava muitas deficiências antes dele. Há mais de um ano que o Corinthians tem sérios problemas de saída de bola, construção de jogadas de ataque e solidez na defesa.
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Ao chegar no clube, Dorival parece ter dado prioridade a buscar um time mais equilibrado do meio-campo para trás. E bem ou mal ele conseguiu fazer com que a equipe sofresse menos gols. Contra o Novorizontino foi o terceiro jogo seguido sem a defesa ser vazada, o que era impensável num passado recente.
Espera-se agora que, tendo os jogadores disponíveis e tempo para trabalhar planos táticos durante a parada de um mês por conta do Super Mundial de Clubes, Dorival consiga dar uma cara mais confiável e uma postura mais competitiva para o time. Uma equipe com a sua assinatura – equilibrada e vencedora.