No Dia das Mães, Dona Ercília não ganhou flores, perfumes ou um almoço em família. Mas ganhou um presente raro – sem embalagem, sem laço de fita e sem cartão com dedicatória. Mesmo assim, um presente especial: um gol cheio de simbolismos, uma mistura de luta, orações, suor, conselhos, trabalho e lágrimas… Essas coisas que só o coração de uma mãe entende.
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E, convenhamos, já que era Dia das Mães, não poderia ser um gol qualquer. Simplesmente, foi o gol da vitória do embalado Palmeiras, no último suspiro do clássico com o São Paulo, já no minuto final dos acréscimos, na fria noite de domingo, na Arena Barueri. Um gol que devolveu o Palmeiras à liderança, com 19 pontos em 24 possíveis. Que manteve o time de Abel firme no projeto de “criar gordura” na tabela antes da parada para a disputa do Mundial de Clubes. Um gol que confirmou o momento eficiente, sólido, de um time que sabe crescer nos jogos grandes.

Se foi assim tão importante para o Palmeiras, imagine para Vítor Roque. Para Dona Ercília, foi o gol do seu menino do coração. Do filho que, ainda carregando a cara de garoto, começa a escrever uma história de superação. Vitor Roque chegou com um peso nos ombros por ser a contratação mais cara da história do futebol brasileiro, R$ 150 milhões.
Abel bancou Vitor Roque
Demorou a engrenar. Foram nove jogos sem marcar. Nove partidas de olhares tortos, manchetes impacientes e até chacotas nas redes sociais — onde os torcedores dos outros times passaram a chamá-lo, com crueldade disfarçada de humor, de “Vitor Nhoque”.
Foi preciso coragem para seguir. E foi preciso alguém que bancasse. Abel Ferreira bancou. Teimoso como uma mãe que acredita no filho quando o mundo inteiro já duvida de suas virtudes, o treinador não desistiu do garoto. Deu-lhe tempo, deu-lhe confiança e abriu caminho para o renascimento do artilheiro, que parecia acuado diante da seca de gols. A aposta no Tigrinho deu certo.
O gol contra o São Paulo foi o terceiro seguido nos últimos três jogos. Mais do que números, são sinais evidentes de virada. De afirmação. De reencontro com a própria vocação. O faro de goleador voltou. E voltou num corpo privilegiado, forte, veloz, que faz de Vitor Roque um atacante cada vez mais difícil de marcar, mais difícil de parar.
Feliz Dia das Mães
E que ainda tem um mérito, tão natural aos atacantes, que é de acreditar em todas as bolas, até o último minuto. Foi assim, com fervor a essa crença, que ele brigou pela retomada de bola na defesa do São Paulo, armou e concluiu a jogada que selou mais uma vitória da máquina de vencer chamada Palmeiras.
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Na saída de campo, o garoto sorriu. Um semblante de alívio. E revelou o que carregava no coração desde antes do jogo começar: havia prometido à mãe que faria um gol para ela no clássico. E cumpriu. Não se sabe se Dona Ercília gritou, chorou ou apenas fechou os olhos por um instante. Mas naquele segundo, quando a rede balançou, todo o estádio pareceu ser dela – e seu menino passou a ser o filho pródigo de todas as mães palestrinas.
Porque há gols que valem três pontos. E há gols que são do tamanho do coração e valem o mundo. Feliz dia das mães, Dona Ercília!