Por mais que doa ao torcedor, é impossível não reconhecer os sinais. O Vasco caminha, mais uma vez, na direção do rebaixamento. Já caiu três vezes e, a julgar pelo que temos visto em campo, a quarta parece cada vez mais próxima. O clube repete, passo a passo, o roteiro de quem não aprende com os próprios erros.

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O elenco atual é um retrato melancólico da distância entre o presente e o passado glorioso de São Januário. Onde já desfilaram craques como Roberto Dinamite, Romário, Edmundo e Mauro Galvão, hoje vemos jogadores medianos, incapazes de construir uma equipe minimamente confiável. A torcida, cansada de promessas vazias e reconstruções eternas, já suspeita do pior — com razão. E estamos apenas na oitava rodada do Brasileirão.

Estádio de São Januário: Vasco, que já viveu tempos melhores, contrata o técnico Fernando Diniz / Vasco

O vexame recente diante do modesto Puerto Cabello, com a goleada por 4 a 1 na Copa Sul-Americana, expôs mais do que uma derrota. Foi o sintoma claro de que as velhas doenças do clube voltaram a se manifestar: desorganização, fragilidade técnica e um time apático, sem rumo nem liderança.

Tiro no escuro com Diniz

E, no desespero, o que faz a diretoria? Aposta no escuro. Contrata Fernando Diniz, um treinador cujo estilo pode ser interessante em contextos bem mais estruturados — o que, claramente, não é o caso do Vasco. Seu futebol de toques curtos, posse de bola e triangulações refinadas exige jogadores com técnica, entrosamento e confiança. Nada disso está disponível em São Januário hoje.

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Diniz, com o elenco que tem em mãos, terá dificuldade até para montar um time minimamente competitivo, quanto mais um time ao seu feitio. Se nem na seleção brasileira ele conseguiu isso, o que esperar do Vasco com a sua assinatura?

Defesa que causa calafrios

Por exemplo: é de causar calafrios imaginar a defesa vascaína tentando sair jogando com passes curtos dentro da própria área, cercada por adversários, sob o risco constante de entregar gols de bandeja para o inimigo. O risco não é só tático — é de sobrevivência. Como Diniz prefere morrer abraçado às suas convicções do que mudar seus conceitos diante do que tem em mãos para trabalhar, já dá para prever muita emoção…

E se dentro de campo o cenário é alarmante, fora dele o panorama é ainda mais grave. Mesmo transformado em SAF, o Vasco viu sua dívida mais que dobrar no último ano, saltando de R$ 650 milhões para R$ 1,4 bilhão, segundo dados apresentados no plano de recuperação judicial. A saúde financeira da SAF é tão frágil quanto a do clube antes da venda.

Salvador da Pátria?

Com esse panorama sombrio, como esperar que Fernando Diniz seja o salvador da Pátria? A verdade é que, mais uma vez, o Vasco escolheu acreditar na sorte em vez de trabalhar com seriedade. O torcedor, fiel e sofrido, vê o calvário se repetir. E o final dessa história — se nada mudar urgentemente — todos já conhecem.

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