“Olha o gol… entrou, não, não entrou… apooontaaaa, seu juiz!” Foi assim que o grande Galvão Bueno narrou um lance de gol do Internacional contra o Corinthians na Neo Química Arena, em Itaquera, com vitória do time da casa por 4 a 2. Os narradores têm suas cartas na manga para fazer o seu trabalho. Por exemplo, eles pegam detalhes dos jogadores para acertar seus nomes durante a transmissão, como uma chuteira de cor diferente ou um detalhe na vestimenta, uma vez que nem todos são conhecidos e as numerações das camisas costumam castigar os profissionais do microfone. Há uniformes em que os números se ‘escondem’.

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Mas não é isso que ‘derrubou’ Galvão naquele lance em Itaquera. Nem sei se derrubou. Mas naquela jogada, o narrador olhou para o árbitro e para o auxiliar e nenhum deles se manifestou. Ora, se o juiz não sabe se a bola entrou ou não, o que dirá do pobre narrador, mesmo que ele seja Galvão Bueno. É uma sacanagem o que a arbitragem e o VAR estão fazendo com os narradores de futebol. Uma covardia.

Galvão Bueno narra jogos do Brasileirão pela Amazon Prime: VAR e arbitragem tiraram a graça do grito de gol / Reprodução

Ouvir esses profissionais, e seus gritos de gol, sempre fez parte do futebol brasileiro. Um jogo de futebol tem a bola, os 22 jogadores, o juiz, a torcida e o narrador. As crianças imitam seus narradores preferidos desde sempre, com seus gestos e bordões. Milton Leite, ex-Globo e SporTV, construiu uma legião de seguidores com suas frases e expressões verbais. Gosto muito do “Que Fase!”. Há muitos outros.

VAR ‘matou’ a alegria do narrador

Todos eles, no entanto, perderam um pouco da graça depois da chegada do VAR e da porcaria que virou a arbitragem brasileira. O árbitro, quase sempre, não sabe se o lance foi legal ou não. O bandeirinha virou um ‘confirmador’ de lateral. Se um dia eles não aparecerem para o jogo, muitos não darão sequer falta.

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Mesmo a turma do VAR, com trezentas câmeras apontadas para o seu nariz, se enrola toda entre analisar as imagens e aplicar as regras do jogo. Tem jogada que demora mais de cinco minutos para ser checada. O narrador, enquanto isso, tenta segurar a audiência e a atenção dos torcedores. Alguns metem a porrada na organização, com razão. Para mim, os gols devem sempre ser narrados com emoção. Dane-se se depois o VAR vai mudar isso.

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