O Allianz Parque viveu na quarta-feira uma noite diferente. Uma noite que misturou encanto, orgulho e melancolia. Encanto pelo futebol de Estêvão. Orgulho por ter sido o berço que lapidou esse talento. E melancolia por saber que ele está de partida. A espetacular vitória palmeirense sobre o Sporting Cristal-PERU, por 6 a 0, marcou sua despedida do estádio com a camisa do Palmeiras. Quem viu, entendeu rapidamente o tamanho da perda. Quem não viu, dificilmente assistirá algo parecido tão cedo. Afinal, jogadores como Estêvão não surgem toda temporada. Às vezes, nem em uma década.

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Portanto, o clube que aprendeu a produzir talentos em série, que virou modelo no futebol brasileiro pela capacidade de revelar e aproveitar sua base, agora encara um dilema desconfortável: como repor Estêvão?

Desafio de achar um substituto

Essa não é uma questão teórica. Pelo contrário. É de fato um problema real, urgente, concreto — e sem solução clara no horizonte. O futebol brasileiro, embora ainda produza bons jogadores, já não entrega com tanta frequência esse tipo específico de talento. Até porque, Estêvão é um caso raro de muitas valências reunidas.

Estêvão faz neste domingo, contra o Cruzeiro, sua última partida no futebol brasileiro antes do Mundial / Palmeiras

A jóia do Verdão, como poucos da sua idade, reúne técnica refinada, compreensão tática, repertório de dribles, leitura de espaços, intensidade, físico competitivo e, sobretudo, uma maturidade que vai além dos seus 18 anos.

Neste cenário, Estêvão representa exatamente o tipo de jogador que escapa ao planejamento convencional. Abel Ferreira soube extrair o melhor dele. No entanto, nem o treinador — especialista em soluções criativas — sabe onde buscar um substituto à altura. Porque, objetivamente, não há. Nem na base. Nem no mercado nacional. Talvez nem na América do Sul.

Será preciso garimpar. E dar sorte de achar um novo tesouro. Dessa forma, qualquer tentativa de reposição obriga o clube a ampliar seu olhar para o mercado além dos horizontes. E, consequentemente, a abrir o cofre. Vai precisar de dinheiro, muito dinheiro — e, ainda assim, terá de lidar com a incerteza sobre adaptação e entrega imediata.

Pronto para a brilhar no Mundial

Enquanto o futuro no Chelsea se aproxima, Estevão ainda carrega uma última missão com a camisa alviverde. Um desafio gigante: ajudar o Palmeiras a conquistar o título mais desejado e mais adiado de sua história. O Mundial de Clubes, que começa em duas semanas, nos Estados Unidos.

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Portanto, antes de trocar o verde pelo azul de Londres, ele terá a chance de se apresentar, de forma definitiva, à elite do futebol global. Não mais como uma promessa sul-americana. Mas, sim, como um talento capaz de rivalizar em protagonismo com nomes como Lamine Yamal, a joia do Barcelona, que já ocupa espaço cativo nas rodas de discussão do futebol mundial.

Em pouco mais de um ano, Estêvão se destacou no Palmeiras e foi vendido ao inglês Chelsea / Palmeiras

Aliás, Estêvão não foge desse tipo de responsabilidade. Ao contrário. Fala abertamente sobre a necessidade de desenvolver mais seu físico para enfrentar os desafios da Premier League. Demonstra clareza, foco e uma rara capacidade de autocrítica — características que nem sempre encontramos em jogadores muito mais velhos e rodados.

Esperança do hexa do Brasil

Nesse contexto, sua ascensão ganha ainda mais relevância. Com Neymar em baixa e uma geração que busca assumir o protagonismo da seleção brasileira, Estêvão surge como uma das maiores esperanças do país. Ao lado de Vinícius Júnior, Rodrygo, Raphinha e outros, ele carrega a responsabilidade de conduzir o Brasil na corrida pelo hexa na Copa do Mundo do ano que vem.

O Allianz se despediu dele na quarta-feira. Entretanto, o planeta futebol está apenas começando a descobrir quem é essa estrela de luz intensa e brilho próprio.

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