O Conselho Deliberativo do Corinthians perde prestígio quando um de seus conselheiros assina mais um pedido de impeachment do presidente Augusto Melo, como ocorreu nesta semana. É o terceiro pedido de afastamento do dirigente desde que assumiu o posto no ano passado e nada acontece. As contas do clube de 2024 foram reprovadas. E ninguém no Parque São Jorge sabe ao certo o que isso significa.
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Melo gastou mais do que o Corinthians arrecadou. Ele apresentou um déficit de R$ 181 milhões e levou o passivo do clube no período para R$ 829 milhões. De modo que o presidente é acusado pelos conselheiros de gastar sem transparência e ter uma administração temerária.

O Corinthians entrou com pedido na Justiça para ingressar no Regime Centralizado de Execuções (RCE), que nada mais é do que ganhar o direito legal de prorrogar o pagamento de suas contas. Esse pedido diz respeito a dívidas no valor de R$ 379 milhões, nem perto dos R$ 2,5 bilhões que o clube tem para pagar a seus credores.
O clube pode ser prejudicado?
O problema é que ninguém no clube sabe o que fazer com tudo isso para impedir a gestão do presidente Augusto Melo. O pedido de afastamento é apenas um dos caminhos, que pode levar meses para ter uma resolução. Melo já está no segundo ano do seu mandato de três temporadas e pode chegar ao fim da sua gestão sem que nada aconteça.
Reprovar as contas de um clube numa temporada tem consequências legais. Esqueça por um instante as disputas políticas dentro do Parque São Jorge. Sem a aprovação das contas, um clube pode sofrer sanções esportivas, como ser excluído de campeonatos, impedido de contratar atletas (transfer ban) e perder pontos nas disputas. Para isso, a Fifa precisa ser acionada. O processo de impeachment do presidente é apenas parte do processo.

O Conselho Deliberativo do Corinthians, por meio do seu presidente, tem de levar o caso para a CBF e depois para a Fifa. A Fifa é quem toma as decisões esportivas. Portanto é ela que aplica o transfer ban, geralmente a primeira medida punitiva para casos dessa natureza. Atrasos de salários de jogadores ou técnicos e não pagamento das rescisões geram mais transfer ban do que outros motivos.
Duas leis vigentes
Assim, Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo, disse que vai analisar o que determina a lei para encaminhar os próximos passos. Há duas leis vigentes: uma do Esporte, a Lei Federal, e outra do estatuto do clube, a lei interna.
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De modo que há muita preocupação dos conselheiros em prejudicar o Corinthians de alguma forma com esse movimento. Ou seja: por ora, o único foco é “arrancar” Augusto Melo do comando da máquina. De modo que pode ser que nada aconteça até novembro de 2026, quando termina o atual mandato. Essas voltas em círculo são mais ou menos o que ocorre no Parque São Jorge desde que Melo foi eleito, agora com o agravante das contas de 2024 não aprovadas.