Os clubes brasileiros não batem de frente com os rivais da Europa. Hoje, há dúvida até se os times credenciados para o Mundial de Clubes conseguem ganhar dos menos badalados Al-Hilal, da Arábia Saudita, e Inter Miami, dos Estados Unidos, que tem Messi em suas fileiras. O formato do torneio da Fifa não favorece as equipes brasileiras.
Seja um parceiro do The Football
Em 2012, o futebol brasileiro viu a última vitória de um clube do país em uma final de Mundial de Clubes. Na época, já existia uma diferença gigantesca de investimento, incentivo e paixão nacional pelo futebol no Brasil, mas nada se compara à situação atual. Naquele ano, o Corinthians ganhou do Chelsea e trouxe a taça para o Brasil. Foi a última vez que isso aconteceu.

O Brasil está em desvantagem em confrontos diretos com os rivais europeus — e até com times de países que têm transformado o cenário do futebol local, como é o caso da emergente liga saudita, que terá como representante o Al-Hilal. Assim, a situação para Flamengo, Palmeiras, Botafogo e Fluminense não será fácil quando se trata de quebrar a diferença de nível e qualidade em relação aos adversários da Europa no Super Mundial de Clubes. O torneio começa dia 14 de junho.
11 a 1 no agregado
Nos últimos dez anos, quatro times brasileiros chegaram à final naquele formato anterior: Grêmio em 2017; Flamengo em 2019 e 2022; Palmeiras em 2021; e Fluminense em 2023. Todos perderam para os campeões europeus. Apenas o Palmeiras conseguiu marcar um gol nas decisões. O placar agregado dessas finais foi de 11 a 1 para os europeus — um retrato do abismo que se abriu entre os continentes.
SIGA THE FOOTBALL
Facebook
Instagram
Linkedin
Threads
Tik Tok
Mas o que esperar das equipes brasileiras no Super Mundial de Clubes? É difícil prever. O calendário do futebol faz os times do país viverem altos e baixos, como ocorre neste momento com o Flamengo, ameaçado de cair na fase de grupos da Libertadores e devendo no Brasileirão. Muitos azarões já levantaram taças e impressionaram alguns favoritos europeus, como foi o caso do Corinthians em 2012. Mas, de acordo com as estatísticas, os desempenhos recentes e o abismo financeiro e técnico entre os times sul-americanos e europeus não aponta para um campeão brasileiro.
Flamengo
Na última vez que esteve em um Mundial, o Rubro-Negro decepcionou e foi eliminado pelo Al-Hilal. Dessa vez, em um novo formato, o Flamengo terá de passar por Chelsea (Inglaterra), Espérance (Tunísia) e o vencedor de América do México e Los Angeles FC. Dentro das possibilidades do Grupo D, a equipe tem boas chances de passar para o mata-mata, já que tecnicamente é um time com superioridade técnica em relação aos adversários — com exceção do Chelsea. Entretanto, passar das oitavas não será tarefa fácil, já que, caso avance como segundo colocado, terá de enfrentar o líder do Grupo C — que muito provavelmente será o Bayern de Munique (Alemanha).
Fluminense
A primeira aparição do Fluminense em um Mundial foi em 2023, quando perdeu por 4 a 0 para o Manchester City na final. Neste ano, o Tricolor das Laranjeiras pode se dar bem na fase de grupos com mais facilidade. Se no caso do Flamengo a briga pela liderança é difícil, para o Flu será quase do mesmo nível, já que seu grande adversário é o Borussia Dortmund. Os outros membros do grupo são o Ulsan (Coreia do Sul) e o Mamelodi Sundowns (África do Sul). Se ficar em segundo, a equipe enfrentará o primeiro do Grupo E, que muito provavelmente será a Inter de Milão (Itália), atualmente finalista da Champions League.
Botafogo
Com um desempenho decepcionante no Intercontinental do ano passado, quando perdeu para o Pachuca por 3 a 0, o Botafogo talvez seja o time inserido no pior cenário. Não por falta de qualidade, mas pela força dos adversários da chave nos Estados Unidos. A Estrela Solitária terá de brigar com Atlético de Madrid e PSG por uma vaga. As chances são pequenas. Enquanto o time francês faz uma de suas melhores temporadas, chegando à final da Champions League, a equipe espanhola mantém seu alto nível na Europa.

Palmeiras
Os palmeirenses estão animados por causa da regularidade do time. Há boas chances. Em seu grupo, o único adversário de maior peso é o Porto, que, em termos técnicos, não se distancia tanto do Palmeiras. O Inter Miami também pode ameaçar, mas a diferença entre os níveis dos campeonatos — Brasileiro e MLS — ainda existe. Mas tem Messi e Suárez. Faz diferença. O problema é depois. Nas oitavas, o time poderia pegar o segundo do Grupo B — possivelmente PSG ou Atlético de Madrid. POR LEONARDO DE SÁ