O São Paulo tropeçou mais uma vez no Morumbis e abriu uma nova ferida. O 0 a 0 com o Fortaleza no sábado expôs um time que ainda patina em casa, que até cria bastante, mas finaliza mal. Mas o que realmente virou assunto nas arquibancadas e nas redes sociais foi o pênalti desperdiçado por Ferreirinha — e, principalmente, os motivos que o levaram até a marca da cal.

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Não é exagero dizer que a cobrança foi um reflexo de um ego inflado. Ferreirinha não é o batedor oficial de pênaltis do São Paulo. Como a imprensa não tem acesso aos treinamentos, mal dá para saber se ele treina esse tipo de lance no dia a dia. Ainda assim, assumiu a responsabilidade em um momento decisivo daquele jogo.

Ferreirinha agradece o carinho do torcedor do São Paulo no Morumbis: ele não pode cair na armadilha da vaidade / SPFC

E a explicação, infelizmente, parece estar fora de campo: o atacante está obcecado pela marca de dez gols na temporada — número que ganhou relevância depois da provocação pública do ex-jogador e apresentador Neto, que prometeu apresentar seu programa de tanga caso o jogador atingisse essa meta.

Aposta do Craque Neto

O problema não está em ter ambição. Atacantes vivem de gols, e querer marcar é natural. Mas transformar um jogo tenso, com estádio cheio e placar apertado, em palco para uma resposta pessoal beira a irresponsabilidade. A cobrança foi displicente, sem convicção, com uma clara intenção de efeito. Quis dar espetáculo — e falhou.

Ferreirinha não errou sozinho, mas errou por conta própria. Colocou uma narrativa pessoal acima do que o momento do clube pedia. O São Paulo precisava dos três pontos, precisava de seriedade. Ele escolheu o protagonismo.

Zubeldía costuma deixar que os jogadores decidam em campo quem bate as faltas e os pênaltis, mas há uma ordem/ SPFC

O episódio vai além de um simples pênalti perdido. Ele expõe uma fraqueza que times grandes não podem se dar ao luxo de ter: a ausência de critérios firmes nas decisões dentro de campo. É preciso haver uma ordem. Um time competitivo não pode permitir que a vaidade decida quem cobra um pênalti. E isso passa necessariamente pelo comando do treinador.

Pode sobrar para Zubeldía

Ferreirinha merece críticas. Mas o episódio pode escancarar algo maior, como a falta de respeito à hierarquia e seriedade no momento de definir quem assume a responsabilidade em campo. Se o São Paulo permitir ceder espaço para vaidades individuais, os insucessos virarão rotina, a torcida se afastará de vez e a temporada, que começou com esperança, pode terminar em frustração.

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As consequências desse tipo de erro são maiores do que parecem. O São Paulo perdeu pontos, sim. Mas perdeu também um pouco de foco, um pouco de credibilidade e uma dose a mais da paciência do torcedor. Ferreirinha, que vinha tentando conquistar seu espaço com velocidade e entrega, agora terá de lidar com a cobrança — desta vez, da arquibancada.

Se quiser responder para o Neto, que o faça com gols importantes, com atuações decisivas, com profissionalismo. Não com uma cobrança teatral em um empate sem graça. O São Paulo precisa de jogadores que pensem no time. Porque vaidade, neste momento, é tudo o que o clube não pode bancar.

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