“Eu mando aqui.” A frase dita por Yuri Alberto após marcar o gol da vitória do Corinthians sobre o Santos, batendo no peito e apontando para o gramado da Neo Química Arena, foi mais do que um desabafo. Foi uma resposta. Um recado firme a quem duvidou, a quem pediu sua saída, a quem zombou da pior fase da sua carreira como se fosse piada pronta.
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Yuri é o maior artilheiro do Corinthians na temporada e o jogador com mais gols marcados na Neo Química Arena: 44 gols, ultrapassando Ángel Romero, que por muito tempo teve esse posto. Mas nada disso veio fácil.

A frase soou como um grito de guerra. Mas também como catarse. Poucos jogadores foram tão ridicularizados nas redes sociais quanto ele. As críticas não eram apenas esportivas – viraram ataques pessoais. O “Yuri meme”, alvo diário de chacota nas redes, era visto como piada, não como atleta. Seus erros viraram virais. Sua imagem virou saco de pancadas digital. O centroavante de um dos maiores clube do país passou a ser um personagem caricato — tratado como um peso morto em campo, sinônimo de jogador grosso, peladeiro, indigno de um contrato profissional.
Foi uma campanha de desvalorização intensa, cruel e contínua. E ele sentiu. Sentiu tanto que precisou de apoio psicológico para não afundar de vez. Era uma espiral: errava, perdia confiança, errava de novo. Um ciclo tóxico que muitos alimentavam com prazer.
Resiliência de Yuri Alberto
Mas ele resistiu. Yuri não pediu para sair. Pediu ajuda. Trabalhou em silêncio. Buscou recuperar a confiança, o foco e o amor pelo jogo. E encontrou, no campo e fora dele, os caminhos para dar a volta por cima.
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A chegada de Memphis Depay foi outro ponto de virada. Ao lado do holandês, Yuri encontrou um parceiro de ataque que potencializou o que ele tem de melhor. A dupla funciona, o entrosamento é evidente e o resultado se traduz em gols, vitórias e um Corinthians mais competitivo.

Hoje, Yuri é decisivo. E o clube sabe que segurá-lo será difícil. Ele é jovem, valorizado, voltou a fazer gols com regularidade e pode, a qualquer momento, despertar o interesse de equipes de fora. O desafio agora é outro: mantê-lo no elenco e valorizar quem se recusou a desistir.
Ele merece desculpas
O Yuri que manda na Neo Química Arena é o mesmo que foi humilhado há poucos meses. A diferença é que agora ele tem voz. E gols. Os críticos – torcedores ou não – que pediram sua saída talvez devam pensar em algo simples, porém justo: um pedido de desculpas.