O Corinthians fez de tudo para ser eliminado da Copa Sul-Americana, mas ainda segue vivo na competição graças à uma sofrida vitória por 1 a 0 na noite desta quinta-feira, em Montevidéu, diante do Racing – seguramente um dos times mais fracos do continente e mero coadjuvante no torneio deste ano, tendo acumulado cinco derrotas em cinco partidas disputadas.
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O gol corintiano, marcado por Mateus Bidu, aos 27 minutos da etapa final, foi produto de uma sucessão bizarra de erros. Uma radiografia que bem resume o que foi o jogo todo. Depois de um bate-rebate na área, a bola sobrou para o lateral corintiano, que chutou de bico, sem jeito e sem força. Antes de entrar, a bola desviou num zagueiro uruguaio e enganou o goleiro.

Agora, o Corinthians pulou para o segundo lugar da chave. E para conseguir vaga na próxima fase, depende só de si. Terá de vencer o Huracán, na Argentina, de qualquer jeito. Na pior das hipóteses, um triunfo lá garantirá o segundo lugar que lhe permitiria disputar a repescagem com um dos terceiros colocados dos grupos da Libertadores.
Corinthians pode ser primeiro da chave
A possibilidade de ser o primeiro da chave e passar direto para a próxima etapa parece um delírio, já que o time brasileiro teria de descontar um saldo de sete gols em relação aos argentinos. Algo que parece mesmo utópico diante do futebol bem modesto apresentado pela equipe de Dorival Júnior.
Se for levado em conta a exibição desta noite, essa projeção é simplesmente impossível. Mesmo diante de um adversário tecnicamente muito fraco e sem nenhum interesse no jogo – nem a torcida apareceu no Estádio Centenário para ver o duelo -, o Timão maltratou a bola e desonrou suas melhores tradições de ao menos ser um time guerreiro. Foi medonho! O primeiro tempo, inclusive, deveria ser protocolado como uma aula de como não se deve jogar uma partida de futebol.
Só Hugo foi escalado dos titulares
Muito disso se deve às escolhas do técnico Dorival, que decidiu poupar todos os titulares para o clássico com o Santos. O único “castigado” pelo treinador foi o goleiro Hugo Souza, que praticamente não teve trabalho. É difícil acreditar que um técnico que já comandou a seleção brasileira acredite mesmo que seu time poderia jogar bem com um meio-campo formado por Ryan, Charles e Alex Santana.
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Como os três são volantes de marcação, era de se supor que a bola não fosse chegar para o ataque formado por Romero, Hector e Talles Magno. Pior ainda com um lateral como Léo Maná, que tem fixação pelo recuo de bola – ele parece incapaz de mudar o eixo e fazer a bola rolar para a frente.

Com essa escalação, o Corinthians não existiu no primeiro tempo. Os 45 minutos foram jogados no lixo, o que causou certa apreensão para a torcida, que esperava uma vitória para manter aceso o sonho da classificação.
Diante de um cenário de caos, Dorival mudou de estratégia e apelou para a entrada de alguns titulares na etapa final. E com Carrillo, Yuri Alberto e Coronado desde o ínicio, a segunda etapa mostrou um time mais a fim de ganhar o jogo. Mas também não foi nada avassalador. A rigor, o Timão só deu um chute a gol – aquele, de bico, de Bidu, desviado pelo zagueiro para o fundo das redes.
Clássico com o Santos
Obviamente, agora que o resultado foi favorável, Dorival e sua turma podem enaltecer o acerto do que planejaram. O discurso será de que correram o risco de forma controlada, acreditando que podiam mesmo vencer o Racing com uma escalação alternativa e poupar os principais atletas para o clássico com o Peixe. Mas por muito pouco o tiro não saiu pela culatra – o que resultaria em mais um vexame internacional e outro prejuízo financeiro para o plano de receitas do clube na temporada.
Dos males o menor, é verdade. Mas esse resultado não esconde uma verdade que todo corintiano está cansado de saber: o elenco é fraco e muito desnivelado, desequilibrado. Quando os titulares não jogam, o sofrimento é garantia da casa!