As consequências do clássico Corinthians 1 x 0 Santos, disputado na tarde deste domingo, na Neo Química Arena, não passarão em branco. A vitória por 1 a 0 dá ao Timão a perspectiva de pegar a proa de subida na classificação e chegar ao recesso provocado pelo Mundial de Clube na zona de classificação para a Libertadores.

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Já para o Santos o resultado tem efeito contrário, quase catastrófico. Com apenas uma vitória em 9 rodadas, o Santos chegou à sua sétima derrota e vai passar mais uma semana pelo menos na zona de rebaixamento. Pior: na penúltima colocação, com míseros 5 pontos em 27 disputados. Uma campanha pior do que aquela que levou o clube ao rebaixamento no Brasileirão do ano retrasado.

Yuri Alberto fez o gol da vitória de 1 a 0 do Corinthians sobre o Santos na Neo Química Arena / Corinthians

Apesar do olhar otimista para o futuro, a torcida corintiana deve ter saído de Itaquera com sérias dúvidas sobre os rumos do trabalho do técnico Dorival Júnior. Mais uma vez o treinador optou por uma escalação estranha e um sistema de jogo híbrido – que ora tinha três zagueiros na última linha, ora tinha um 4-1-4-1 com o centroavante Yury Alberto completamente isolado no ataque, sem pegar na bola.

Santos foi melhor no primeiro tempo

O reflexo dessas escolhas desconexas foi um primeiro tempo absolutamente abaixo da crítica, descartável. O sistema não fluiu. Os jogadores não se acharam. E o meio-campo com três volantes (Maycon, Bidon e Martínez) não foi capaz de organizar uma única jogada de ataque. Sem um lateral direito de ofício, a missão de fechar os espaços por ali pesou nas costas de Carrillo, obrigado pelo esquema a ficar muito longe das transições ofensivas. O único chute ao gol foi uma falta cobrada por Coronado já nos minutos finais da etapa inicial.

Ironicamente, o Santos de Cleber Xavier fazia sua melhor apresentação na temporada, com uma equipe bem plantada, um sistema de marcação que anulava os pontos fortes do adversário e uma disposição ofensiva que permitiu que se criassem pelo menos três chances claras de gol. Contudo, na melhor delas, o zagueiro Zé Ivaldo subiu livre dentro da pequena área do Corinthians e cabeceou para fora.

Santos fez um primeiro tempo melhor do que o Corinthians em Itaquera, mas perdeu o jogo por 1 a 0 / Santos FC

O castigo veio na etapa final. Junto com ele veio também uma nova postura do Corinthians, que passou a fazer uma marcação mais alta na saída de bola do Santos, realocou Carrillo para jogar como meio-campista, abriu um corredor para Martínez na lateral direita e empurrou Coronado para atuar mais próximo de Yuri Alberto. Ademais, Angileri deixou de ser um mero coadjuvante na linha de marcação e tomou coragem para jogar como ala aberto pela esquerda.

O VAR e o juiz

Com essas combinações, o Corinthians subiu o nível técnico e tático em relação à primeira etapa, passou a controlar o jogo e foi premiado com um gol aos 21 minutos. Numa das arrancadas de Martínez pela direita, o cruzamento perfeito encontrou Yuri Alberto na área e ele cabeceou como manda o figurino. O goleiro santista até fez a defesa no canto direito, mas a bola já tinha ultrapassado a linha de fundo e o gol foi validado pelo VAR, diferentemente do que aconteceu minutos depois, quando o VAR anulou um belíssimo gol do mesmo Yuri, num daqueles lances muito discutíveis.

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Em campo, o árbitro Raphael Claus não viu falta de Félix Torres no início da jogada e interpretou o lance como jogada normal. Mas, na cabine, uma outra interpretação, de um outro árbitro, entendeu que o equatoriano fez carga no jogador do Santos antes de sair o passe em profundidade para Yuri.

Assim, Claus foi no VAR e mudou de opinião, comprovando que no Brasil existem duas arbitragens simultâneas. A de campo e a da cabine. As decisões podem variar de jogo a jogo, pois o que não há é critério no apito brasileiro. Portanto, cada juiz cria seu próprio protocolo e toma as decisões que melhor lhe convém no momento. É a arbitragem da conveniência, que não está prevista nas 17 regras sagradas do futebol.

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