Na “propaganda oficial”, a Copa do Brasil é vendida como um torneio de inclusão, na medida em que abre possibilidade para que clubes de diferentes divisões se enfrentem na luta por um título que dá direito à vaga na Libertadores e um prêmio milionário. Na prática, o torneio é uma radiografia do quanto o futebol brasileiro está nivelado por baixo.
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Agora que os chamados clubes grandes entraram na terceira fase da competição, assistimos a uma infinidade de partidas que fazem gritar todas as nossas fragilidades técnicas, físicas e táticas.

A rodada deste meio de semana, concluída neste feriadão do Dia do Trabalho, nos brindou com vários confrontos entre times da Série A com equipes que disputam divisões inferiores. O desnível sugerido pelo status de cada um, no entanto, é praticamente inexistente, não por méritos dos times de menor poderio, mas, sim, pela falta de qualidades dos clubes de maior projeção, orçamento, história, torcida e elenco.
Abaixo do nível
Para além dos resultados, alguns desses duelos têm exposto nossa dura realidade. Salvo raríssimas exceções (talvez apenas Flamengo e Palmeiras), os times brasileiros praticam um futebol de baixo nível – anacrônico no plano tático e débil no aspecto técnico. Algumas partidas chegam a dar sono.
O futebol brasileiro parece parado no tempo. Comparado ao padrão que se observa hoje na Europa, a impressão que se tem é que praticamos outro esporte, algo parecido com futebol, mas que não é futebol. Nesta semana, jogos das semifinais da Champions League, por exemplo, potencializaram esse abismo.
Algo parecido com futebol
A dinâmica de jogo daqui e de lá é completamente diversa. A intensidade é outra. A obsessão pela busca do gol então, nem se fala. O Brasil, que já foi o País do Futebol, consegue produzir jogos em que um time dá apenas um chute a gol em 90 minutos. E ainda assim ganha, como ocorreu com o Corinthians diante do Novorizontino.
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Tudo isso tem consequências e reflexos na seleção brasileira, que anda à deriva, sem time, sem técnico e sem perspectiva de um futuro melhor sob a gestão de uma CBF incompetente e inoperante. A sensação que se tem é de que as pessoas que têm responsabilidade para administrar o esporte no Brasil não gostam de futebol. Trabalham contra.
Má gestão
Esse círculo vicioso de debilidades contamina tudo que está em torno do futebol. E assim o país vai normalizando esses jogos de baixíssima qualidade, gestões que levam clubes à falência, arbitragens cada vez mais contestadas e torcedores insatisfeitos – alguns querendo fazer justiça com as próprias mãos.