A gestão da CBF é melhor do que a gestão do seu clube? A resposta para essa pergunta vem de forma automática: “não”. Mas não é bem assim. Digo para vocês que a gestão da CBF é infinitamente melhor do que a administração dos clubes brasileiros. E já faz tempo. Basta ver o balanço da entidade em 2024, anunciado nesta terça-feira, com receita bruta de R$ 1,5 bilhão e superávit de R$ 107 milhões. Há poucos clubes com as contas no azul e com sobras no caixa. Em 2023, a receita da CBF foi de R$ 1,1 bilhão e o superávit, de R$ 238 milhões.

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A CBF não vende jogadores nem tem programas de sócio-torcedor. Seu maior ‘bem’ é a seleção brasileira, que, como todos sabem, anda em baixa. Mesmo assim, a CBF dá um banho nesse negócio de ganhar dinheiro no futebol, fazendo os clubes comerem poeira nas finanças.

Sede da CBF, na Barra da Tijuca, Rio: entidade anuncia receita bruta de R$ 1,5 bilhão em 2024/ CBF

Os mecanismos de receita são bem parecidos entre a entidade e os clubes brasileiros. Jogos, transmissão de TV, bilheterias, patrocinadores e venda de camisas ou produtos com suas respectivas marcas. Mas como explicar tanta receita por um produto tido no mercado que não “vale nada” e que ninguém quer saber? Os times de futebol, pegando por base os 12 grandes do Brasil, têm muito mais a oferecer.

Torcedor prefere o seu time

Há muito mais paixão nas nossas equipes do que nos jogos da seleção. O calendário favorece os times, seus jogadores e suas marcas. Essas marcas são mostradas o tempo todo na mídia sem pagar nada a ninguém. Elas estão em todos os lugares e poderiam até ter mais exposição se os atletas e os treinadores dessem mais entrevistas.

As arenas desses clubes são lotadas pelo menos três vezes por mês, levando aos jogos dos times mais de 100 mil pessoas. Há ainda o matchday dentro e fora dos estádios, com o consumo de produtos de rua, mas também das associações…

Seleção brasileira ganha do Chile por 2 a 1, com gols de Igor Jesus e Luiz Henrique: time está sem técnico / CBF

Portanto, o clube e sua gente têm muito mais atrativos para fazer as finanças darem certo do que a “pobre” CBF em tempos de seleção ruim e falta de treinadores adequados. Se a gestão esportiva vai de mal a pior na seleção, o mesmo não acontece com os contratos feitos e prorrogados em seu nome.

Contrato com a Nike

Recentemente, a CBF esticou seu contrato com a Nike até 2038, com receita anual que pode chegar a R$ 1 bilhão. Poucos clubes faturam esse valor no ano. E a CBF conseguiu num único acordo. Portanto, nesse quesito a CBF nada de braçadas, mesmo com todas as críticas que recebe e as desaventuras em que se mete.

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É bem verdade que os clubes gastam mais com logísticas e deslocamentos e precisam oferecer recursos para seus jogadores o tempo todo, com a necessidade de pagar salários altos e premiações regulares. A CBF não tem nada disso.

Mas ainda penso que as finanças dos clubes têm muito espaço para crescer e conseguir receitas capazes de bancar todas as duas despesas, de modo a sobrar verba no caixa e, principalmente, reforçar os elencos regularmente. O produto “time de futebol” é muito melhor do que o produto “seleção brasileira”.

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