Tem um recado aí na decisão dos clubes de não aparecer para votar no novo presidente da CBF, Samir Xaud, eleito desde que lançou sua chapa única para ocupar o lugar de Ednaldo Rodrigues, o quinto dirigente afastado da entidade pela porta dos fundos. Samir caiu de paraquedas na sede da CBF. Nunca foi dirigente esportivo. Seu mandato na federação de Roraima começaria em 2027 pelas mãos do pai, que ocupou o cargo por 40 anos.
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Os clubes não querem Samir no comando do futebol brasileiro. Muito menos parecem aceitar mais as regras das eleições na CBF, cujo estatuto entrega tudo para as federações estaduais, com peso 3 na votação, e migalhas aos clubes das séries A e B, que não conseguem eleger ninguém mesmo se juntarem suas forças porque seu voto tem peso 2 e 1.

A regra sempre foi aceita em troca de favores dos mais variados para as associações. Mas agora eles, os clubes, entenderam que sempre estiveram fora do jogo e resolveram espernear. Meio tarde. Mas está valendo. Samir será eleito até 2030. E vai colocar a mão numa receita de R$ 1,2 bilhão por ano. A federação de Roraima recebia mensalidade de R$ 215 mil da CBF.
Oposição pesada de Fla, Flu, Corinthians…
Vinte clubes disseram que não vão comparecer à votação. O pleito de consumação do novo presidente está marcado para domingo, no Rio, a partir das 10h30. Vai ser uma reunião de consagração, como se o futebol brasileiro estivesse nos trilhos. A maioria do colégio eleitoral de Samir deve permanecer no Rio na segunda-feira para dar as boas-vindas ao técnico italiano Carlo Ancelotti. Ele assume a seleção brasileira contratado pelo presidente que foi afastado. Apertou a mão de um e vai ser apresentado por outro. Bem-vindo ao futebol brasileiro.
Três clubes de São Paulo, Corinthians, Santos e São Paulo, não vão estar presentes na cerimônia. Apenas o Palmeiras se rendeu a Samir. O recado para o novo presidente vem de vozes fortes do futebol, como Flamengo e Fluminense, dos times paulistas e outros mais gigantes do Brasil. Há um lema nesse manifesto: “sem clubes não há futebol”.
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Samir não sabe nem por onde começar. Será um fantoche nas mãos dos vices que escolheu para trabalhar com ele. Há muitas desconfianças sobre sua gestão. O Brasil precisa se classificar para uma Copa do Mundo, se organizar para receber um Mundial Feminino e reparar falhas gritantes num calendário desumano, além, claro, de recolocar os clubes no jogo com uma mudança de estatuto. Se Samir não fizer isso, ele vai governar com oposição pesada. E todos sabem o que isso significa no futebol.