Há um ditado nas redações de que um repórter só está seguro para uma viagem quando ele sobe as escadas do avião. Nas apurações, também temos a responsabilidade de informar os obstáculos do chamado “tudo acertado”, principalmente quando for no futebol. Negociações são desfeitas num estalar de dedos, numa conduta diferente, numa frase mal colocada ou até mesmo diante de um pedido absurdo.
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No caso da CBF e do técnico Carlo Ancelotti houve muita precipitação com o acerto sem levar em conta alguns situações existentes entre as partes: CBF, treinador e Real Madrid. Nunca se levou em conta o contrato automático do treinador italiano com o clube espanhol nem mesmo seu desejo de permanecer ou de não emendar um trabalho no outro, como expliquei no vídeo publicado no instagram do The Football.

A CBF tomou mais uma bola nas costas com o mesmo treinador. Já havia acontecido dois anos atrás, antes da contratação de Dorival Júnior, e agora acontece novamente. No modus operandis da entidade, as informações são ‘vazadas’ sem cunho oficial, feito um balão de ensaio para detectar tendências e reações, mais ou menos como acontece neste exato momento sobre a suposta camisa vermelha da seleção brasileira. Informação, aliás, que a CBF não confirmou para o The Football nesta terça-feira.
Multa de R$ 60 milhões
No caso de Ancelotti, o Real Madrid pediu para a CBF pagar a multa rescisória do contrato vigente do treinador até junho do ano que vem. O valor estimado é de R$ 60 milhões. Ancelotti não vai romper o seu acordo por conta própria. Ele é um treinador estilo Muricy Ramalho, que cumpre e honra os acordos que faz. Há uma palavra que permeia a carreira de Ancelotti, de acordo com pessoal ao seu redor, que é ‘lealdade’.
Sem Ancelotti, a CBF volta sua atenção para Jorge Jesus, como informamos também. O técnico português era a primeira opção de Ednaldo Rodrigues até o Real Madrid ser eliminado da Champions League. Com a queda, Ednaldo cresceu os olhos para cima do italiano e ‘deixou’ o português em banho-maria. Jesus virou a segunda carta do baralho, mas volta a ser a primeira agora.
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O que está claro é que a CBF demitiu Dorival Júnior após a derrota para a Argentina por 4 a 1 sem ter qualquer plano traçado para a substituição. Não é incomum, mas Ednaldo e seus pares extrapolaram. Acreditaram na possibilidade de resolver o problema em questão de semanas. Erraram. Também parece certo que Ednaldo quer um treinador estrangeiro. Mas não dá para confiar nem nisso.