O que fica da decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo com a condenação do torcedor do Flamengo Jonathan Messias Santos da Silva é que o futebol, os estádios, os pré-jogos nas ruas nas imediações das arenas não são terras sem lei, em que tudo é permitido com a sensação de que não há punição para os mais bárbaros atos de violência.
Seja um parceiro comercial do The Football
Para quem não se lembra, Jonathan foi preso por ter atirado uma garrafa de cerveja contra torcedores do Palmeiras do lado de fora do Allianz Parque, na rua Padre Antônio Tomás, em jogo pelo Brasileirão de 2023. Estilhaços da garrafa vazia ao bater no chão cortaram o pescoço da jovem Gabriela Anelli, então com 23 anos. Ela morreu horas depois. Nesta terça, Jonathan foi condenado a 14 anos de prisão.

Júri popular de sete pessoas condena Jonathan por homicídio com dolo eventual – quando não há intenção de matar, mas que se assume o risco. Jonathan atirou a garrafa sem saber quem estava do outro lado do biombo colocado na rua para separar flamenguistas de palmeirenses. Poderia ter ido ao estádio apenas para ver uma partida de futebol e se divertir. Não tinha nada que atirar uma garrafa em outras pessoas. Gabriela está morta e a pena não trará a menina de volta.
Decisão em dois ano
Mas a decisão do Tribunal paulista, em apenas dois anos de investigação, acusação e julgamento, portanto, em tempo recorde, dá a todos a certeza de que há Justiça e que ela trabalha arduamente e que casos no futebol são punidos, sim, diferentemente do que pensam as pessoas. Jonathan vai recorrer, mas hoje ele é um homem preso e condenado, que carrega nas costas a morte de uma menina. Que sirva de lição para todos. A família da torcedora morta queria uma pena maior.
Eu esperava uma pena maior, a máxima, 30 anos, porque a gente sabe que ele não vai ficar os 14 anos lá. Quem vive a prisão perpétua somos nós. A gente vai visitar nossa filha no cemitério. A família dele vai visitá-lo na cadeia, e daqui a cinco ou seis anos, ele sai. Mas está bom, foi feito um bom trabalho da promotoria.
Ettore Amarchiano Neto, pai de Gabriela
Nenhuma pena vai trazer Gabriela de volta. Mas houve um julgamento e uma condenação. Um morte que não passou impune. Ou seja, há leis nos estádios de futebol e em suas imediações.
SIGA THE FOOTBALL
Facebook
Instagram
Linkedin
Threads
Tik Tok
A partir de hoje, todos sabem que atos de vandalismo, agressões, com ou sem vítima fatal, e brigas nos estádios podem resultar numa prisão. A Justiça de São Paulo acabou com a falsa impressão de que não há impunidade no futebol. Porque há.