As finanças do Corinthians podem derrubar o seu presidente, Augusto Melo, a exemplo do que fez o imposto de renda não declarado de Al Capone, nos Estados Unidos, no começo do século passado e durante a Lei Seca do país. Caiu pelas contas e foi condenado por onze anos. Augusto Melo vai ter de rebolar para conseguir levar o seu mandato até o fim. Renunciar pode ser um caminho. Há conselheiros que pedem pela renúncia do presidente. Se isso acontecer, novas eleições são chamadas em um mês e o presidente do Conselho assume o comando interinamente.

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Ele está no segundo ano dos três para os quais foi eleito. Suas contas de 2024 foram rejeitadas por 130 conselheiros do clube, maioria absoluta do Conselho Deliberativo do Corinthians. Com contas reprovadas, sua situação fica insustentável.

Augusto Melo assumiu o comando do Corinthians em janeiro de 2024: suas contas foram reprovadas / Corinthians

O passivo do clube durante os doze primeiros meses de sua gestão foi de R$ 829 milhões. Passivo é tudo o que uma empresa tem de pagar naquele período. Não estamos falando da dívida do Corinthians nem do valor que precisa ser quitado da arena em Itaquera. O presidente gastou mais do que devia e agora terá de responder por isso. Ter as contas reprovadas quase que significa abrir a porta para a saída do presidente. Porta dos fundos, diga-se. Al Capone saiu de camburão.

Lei de responsabilidade

Todo presidente de clube sempre tem suas contas aprovadas, mas eles são obrigados a explicar para os seus conselhos o dinheiro gasto na temporada. É um processo de convencimento. Melo tentou fazer isso e não conseguiu. Ele tentou também postergar a reunião da apresentação das contas.

Há a lei da responsabilidade esportiva para esses casos. Ela é punitiva e tem força para levar os cartolas do esporte para atrás das grades e fazer com que eles devolvam dinheiro gasto de forma irregular. Augusto Melo já sofre um pedido de impeachment por gestão temerária no Corinthians. Ou seja, ele faz mais mal do que bem às finanças do clube.  Tenho dúvidas se um dia algum presidente ficará atrás das grades, mas certamente, se julgado e condenado, Melo terá de usar seu patrimônio para ressarcir o Corinthians.

Brigas políticas

Primeiramente, é preciso entender que há disputas políticas no Parque São Jorge desde a eleição de Augusto Melo, e algumas tentativas de tirá-lo do cargo. Ele sempre teve o apoio da Gaviões da Fiel, mas está prestes a perder essa última resistência. Muitos de seus diretores já pularam fora, cada qual alegando um tipo de problema pessoal para deixar o barco. Nenhum deles foi convincente. O Corinthians perdeu profissionais renomados.

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Os conselheiros acusam Augusto Melo de falta de transparência nas contas do clube e nos gastos de cartão de crédito e outras despesas. De modo que ele também não deu explicações do destino do dinheiro adiantado pela liga em relação à transmissão dos jogos no Brasileirão. Há um mal-estar gigantesco com os acordos que Melo faz e também com o contrato assinado com o holandês Memphis Depay.

O barril de pólvora só não explodiu ainda no futebol porque Melo adota a estratégia de pagar os jogadores em primeiro lugar, mesmo que para isso ele deva para todos os outros colaboradores e prestadores de serviços do clube, aliás, como deve. Portanto, não há milagres nas finanças. Quem gasta mais do que arrecada se afunda. É questão de tempo. Augusto Melo fez o Corinthians campeão paulista de 2025, mas pode perder o posto pela gestão temerária e rombo nas contas do clube.

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